terça-feira, 16 de novembro de 2010

Uma colorida confusão com o amor.

Então o que dizemos agora?
Será que nossas vozes irão se encontram?
Agora só ouço sussurros obsoletos que vagueiam pela noite, junto á bocas de prostitutas.
E nosso amor onde está? Espero você para me responder.
Aqui se formaram casulos e sinto a dor do nascimento das minhas asas azuis com pintas amarelas, frágeis, mas no futuro, fortes, para chegar até seu mundo vermelho.
Eu sei que não quer me dizem onde está, mas em mercúrio ou marte, acho que posso te encontrar.
O que é isso?
Parece que está nascendo mais uma asa! Que cor será?
Dentro do casulo as cores ficam diferentes, até você está diferente.
Não sei mais o que é real ou fictício.
O sol é azul?
O céu é laranja. Isso eu sei. Acho que sei. Mas não importa que as cores fujam, o que agora me interessa são as contrações das minhas mãos, dos meus olhos e do meu coração.
Porque os sussurros estão nas bocas alheias e você ai no seu mundo negro sem um gemido sequer.
Você sabe que tenho medo do escuro! E acaba sempre me levando para o lado da lua crescente e ela me assusta com suas teias pratas e pretas!
Cuidado com o dragão esverdeado.
De novo não sei porque penso em cores.
E as palavras que cores são?
De sua boca não vejo mais cores.
A que horas será o eclipse da palavra com sua boca?
Eu sei você não pode me falar!
Você não sente nada, e acho que nem procura entender.
Que pena.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Penso.Logo existo! Ainda bem.


Estava eu pensando como a sociedade vive uma doença que já vem proliferando há séculos e séculos. Vivemos envoltos em uma rede de mentiras que são vendidas por políticos, pastores, padres, empresas e até amores. Nas teias políticas o que vemos são interesses pessoais gerando apenas um capitalismo desenfreado em busca do ouro para bolsos de ternos engomados e almas cada vez mais puídas e corrompidas. Os discursos televisivos de ajuda ao bem de uma nação são claros e óbvios de como a farsa está bem elaborada com recursos cênicos das comédias Del ’arte e agências de publicidade bem pagas para manipular os cordões mentais do telespectador passivo á tudo.

Vejo que se o ser humano tivesse a coragem, primeiramente de entender o seu lado corrompido pelo outro e deixar que sua fome por verdades secretas fossem reveladas, muitos personagens impares como Gandhi, Madre Teresa de Calcutá e Chico Mendes que lutaram em favor de uma revolução para um mundo melhor, surgiriam e acabariam com os mecanismos engessados do poder e esses estariam com dias contados.

Precisamos de uma geração de homens em que possamos sentir o ser humano etéreo e verdadeiro e não animais selados e tapados ruminando os capins repletos de impostos que empresários taxaram para que seu próprio mundo dourado se torne mais dourado, enquanto os ruminantes não têm nem teto para morar e continuam acreditando que as igrejas e os governos estão a cultivar a paz e o respeito para com o seu semelhante. Que respeito é esse? È só olhar pra trás e ver que o passado arcaico inquisidor ainda faz parte do presente contemporâneo pragmático, devido aos pecados, medos, leis e tratados criados em eras mesozóicas que só levaram a punição de seres que iam contra o poder absoluto da espúria do poder.

Cada dia de minha pequena vida em um mundo vasto de questionamentos, ouvi em todos os meios de comunicação as sujeiras de homens e instituições que defendem os nossos direitos como seres dotados de inteligência e desde menino, as mentiras e os problemas são os mesmos e hoje com quase quarenta anos de vida nada mudou. Corrupção, nepotismo, favorecimento de homens ricos e pobres cada vez mais miseráveis e vale ressaltar as falsas conquistas de “vale isso, vale aquilo” que alguns acreditam que isso dá futuro para alguém, pois a meu ver só acomodam e matam sonhos, o crescimento de preconceitos com as diferenças acentuadas em cultos e programas de tevê, a falta de saneamento básico, de educação, da saúde, de valor a cultura, etc.

Então pergunto: Será que não está na hora de nascerem homens e deixarmos de sermos marionetes? Será que não podemos mudar esse papel como sociedade?

Pense, olhe no seu espelho interno e mate essa hipocrisia e a tolerância ao caos, que custa muito caro para o nosso mundo, pois há muita gente precisando de alimento para o corpo e para alma e não essa pratica adotada a milênios de que isso não é comigo ou que maquio meu descaso em orações sem ações e projetos leis á conta-gotas. Pois é do amor ao próximo e de seu olhar com carinho aos seus irmãos que esse mundo mudará.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

O dragão e o menino


Há momentos em me sinto estranho.

Um dragão cruel toma conta de mim.

Ele cospe fogos e sua escama me cerca.

É uma sensação que me deixa incomodado.

Mas desde a minha remota lembrança,

Nos sonhos infantis, ele me olha e me hipnotiza.

Pesadelos em terras distantes,

Onde estava eu a entrar em uma casa de madeira sombria.

E nessa casa havia degraus para se chegar à varanda,

Ao lado da escada havia dois leões de gesso pintados em ouro.

E em um deles havia uma chave para abrir a porta.

Pegava a chave e quando ia abrir a porta,

Um medo enorme me dominava e a sensação era muito real.

Acho que desde esse momento o dragão me olhava.

Acordava com os olhos e coração totalmente em pânico.

Esse local árido e secou ficou em minha mente.

E essa solidão será kármica e foi revelada na minha tenra infância?

Que sonho foi esse?

Será um presságio ao louco que não entrará no reino do céu?

Agora me sinto esse dragão verde, gosmento, grande, reluzente e flamejante; a observar a vida de outros monstros.

Das minhas ventas solto labaredas.

E no meu coração um rio de lágrimas faz a dor pulsar,

Em estar machucado os outros monstros solitários, que buscam apenas serem compreendidos.

Mas todos olham esse dragão pelo o que ele queima.

O fogo arde muito!

E cada vez mais o coração do dragão vai morrendo.

Ele não consegue salvar ninguém.

Ele não consegue vencer seus medos.

Ele não consegue entender a gruta escura em que vive.

Mas no fundo da sua redoma há um lírio branco, onde ele sempre adormece em ver tanta beleza.

Em ver tamanha perfeição,quase dormindo,deixa derramar uma única lagrima.

E dessa lagrima o lírio tem seu alimento, para assim, o lírio ser o lírio.

Em seus sonhos, o dragão observa o menino a pegar a chave, entrar na varanda e não ter coragem de abrir a porta.

O menino vira de costa para a porta, solta um grito de pavor e olha bem no fundo dos olhos do dragão e acorda.

O menino se tornou um homem que acordou em sua cama vazia.

E o dragão dá seu ultimo suspiro, depois de tanta destruição, morre.

O lírio da caverna espera que menino-homem o salve também do fim.